A fitoterapia é uma terapia com a propriedade de auxiliar na cura de males profunda e integralmente, de forma não agressiva, pois estimula as defesas naturais do organismo e reintegra o ser humano às raízes terrestres.
Fitoterápico é um medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutividade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança são validadas através de levantamento etnofarmacológicos de utilização, documentações tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais.
As primeiras informações escritas sobre as plantas medicinais foram encontradas em escavações na Mesopotâmia, em 1872, e datam do século 16 a.C. São os Papiros de Ébers, escrito egípcio que inclui mais de 700 prescrições com produtos naturais, principalmente as plantas, dentre elas, alho, rícino, mirra, linho, tomilho, funcho, açafrão, entre outros.
Na Idade Média, sob o domínio do Império Romano, o papado adquiriu mais poder, e os cristãos primitivos, por considerarem que a Igreja, e não os médicos, é que deveria ser responsável pela saúde da mente e da alma, começaram a reprimir o uso de muitas ervas “pagãs”. Em 529 d.C. o papa Gregório, o Grande, proibiu o estudo do que não estivesse de acordo com as ambições políticas do papado. Assim, durante a Idade das Trevas (200 a 800 d.C.) o conhecimento das ervas e a utilização dos grandes herbários tornou-se ilegal e as pesquisas científicas, além da elaboração de textos escritos, foram interrompidos em toda Europa.
O conhecimento preservado pelas escolas árabes continua presente até hoje na prática da cura. Pode-se observar a influência da teoria dos humores, por exemplo, em várias filosofias modernas. O filósofo austríaco Rudolf Steiner (1861-1925) obteve muitas de suas ideias sobre medicina antroposófica das tradições de cura greco-árabes. Ele introduziu a concepção da existência de quatro temperamentos, relacionados com a dominância de um ou outro dos quatro níveis do ser: colérico com ego; sanguíneo com o corpo astral; fleumático com o corpo etérico e melancólico com o corpo físico. Os tipos de personalidade descritos pelo psicólogo Hans Eysenck (1916-1997) – basicamente o extrovertido e o introvertido – também divididos em quatro diferentes tipos, que se assemelham com os influenciados pelos humores. De acordo com a teoria de Eysenck, os tipos introvertidos, coléricos e sanguíneos. Os modernos herbalistas profissionais podem recorrer aos quatro temperamentos ou à analise de um tipo de personalidade quando avaliam um paciente e optam por uma conduta terapêutica.
No século XX, a obra mais importante sobre plantas medicinais é o Dicionário das Plantas Úteis do Brasil e das Exóticas Cultivadas, de Pio Correia, uma coleção de 6 volumes, publicada a partir de 1926.
Em 1805, pela primeira vez foi isolado um principio ativo de planta, a MORFINA, um alcaloide da papoula, e em 1838 a SALICILINA, foi extraída do Salgueiro. A partir dele, em 1860, foi sintetizado o primeiro medicamento em laboratório, a ASPIRINA. Com base nessa técnica, houve um crescente desenvolvimento da química e novas substâncias foram isoladas em laboratório, e delas novos medicamentos produzidos, o que ocorreu de forma que na segunda metade do século XX, motivado por vários fatores, dentre eles a descoberta dos antibióticos.
No Brasil o desencanto com o medicamento sintético causando muito mais sintomas do que cura das doenças, com o crescimento da sociedade tecnológica e capitalista, prometendo facilidades e abundância para todos, vem sendo deixada para trás, com o fortalecimento da Fitoterapia muito praticada na Europa, que investe nas universidades, com pesquisas sobre plantas medicinais que comprovam a sua eficácia, sua segurança e sua efetividade, acesso fácil as plantas, com baixa possibilidade de provocar efeitos adversos, etc.
A partir do século XXI estão retornando e se estabelecendo no Brasil através de Terapeutas e Médicos também os antigos sistemas de saúde como a Medicina Tibetana, Medicina Ayurvédica, Medicina tradicional chinesa, assim como as tradições de cura e herbalismo dos grandes Xamãs das Américas como um todo. Temos também os florais, descritos por Paracelso no século XVI, colhendo o orvalho das plantas para tratar os problemas emocionais de seus pacientes, fortalecida pelos estudos do médico Edward Bach, respeitado imunologista e bacteriologista.
Hoje há uma reavaliação dos remédios feitos a partir de ervas, enfrentando o escrutínio do mundo científico moderno, onde os herbalistas precisam colher dados e provas da eficácia e segurança de ervas terapêuticas, tendo como ferramentas a bioquímica e da farmacologia. Comprovando que os princípios ativos das ervas, por intermédio da fotossíntese, as plantas produzem carboidratos e despredem oxigênio. Nesse processo, criam caminhos metabólicos que fornecem os elementos essenciais para a criação de uma ampla série de compostos. Nas plantas medicinais, estes incluem minerais, vitaminas e oligoelementos, além de uma grande variedade de substancias que, como se sabe, têm ações terapêuticas específicas no organismo. Entre essas substâncias, as mais bem conhecidas como fenóis, cumarina, antraquinonas, taninos, flavonoides, terpenos, monoterpenos, sesquiterpenos, triterpenos, saponinas, glicosídeos, óleos voláteis, fitoestróis, polissacarídeos, mucilagem, alcaloides, entre outros.
Ações medicinais das ervas são muitas entre elas analgésicas, antimicrobianas, diuréticas, hepáticas, sedativas, e muitas outras mais.